sábado, 3 de janeiro de 2015

Divulguemos o ano novo

Divulguemos o ano novo

Hoje nós vamos comemorar que o ano já se tenha fixado na superfície terrestre. As pessoas já trabalham normalmente. As lojas vendem e os fregueses bocejam. Há quem não se lembre onde guardou o pedaço de papel onde pontuou promessas e mudanças. O caminhão de lixo levou as garrafas. Passou cedo hoje esse serviço. Tanto coisa esvaziada. As crianças sequer sentiram. Que lhes interessa um ano novo se todo ano que têm até agora é e continuará sendo novo também? Quanta inconveniência esses foguetes esse folguedo esses fogos! Artifício assustador! Dizem com todo corpo já que a boca ainda é a palma da mão de sua alma.
O ano é novo em todo esse calendário! Mas as pessoas continuam indo aos mesmos lugares. As máquinas ainda oferecem as mesmas panes e os sistemas elétricos também entram em curtos. Mas nós prometemos mais empenho e zelo. Ali no varal ocorreu um nó. Há quem desate? Hoje parece anteontem. Entretanto anteontem era ano passado. E nós todos prometemos mudanças. Que confusão! Confusão dos problemas. Os problemas é que são os problemas. Nós prometemos mudanças. Nós estamos dispostos a mudar. Contudo os problemas continuam. Permanecem urrando por resoluções continuas que ultrapassam os anos, que engolem calendários, soterram dias e noites. O problema deve ser os problemas que não compreendem que o ano é novo e que tudo deve ser realizado e resolvido no ano que já nasceu.

Rafael Alvarenga
Itatiaia, 02 de janeiro de 2015

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