Achei uma
flor
No chão.
Três pétalas
lhe sobravam.
Pensei salvá-la.
De que?
Voltei pelo
caminho procurando-lhe
os pedaços,
mas não sabia o seu caminho,
Fui em
direção a casa, jarro d’água em pensamento.
Desisti.
Que
atrocidade teria desbeiçado a flor?
Indigna
formiga faminta?
Famigerado
vento que me refresca a face?
Indolente
passarinho que me encanta o tempo?
Achei uma
flor
No chão.
Pensei salvá-la.
Desisti.
Deixei que
alimentasse a formiga
Que
tremulasse ao vento – uma última vez –
Que fosse
ninho ao passarinho.
Salvei-a de
minhas próprias mãos pensantes.
Rafael Alvarenga
Itatiaia, 04 de julho de 2015
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